A Terra Sapiens – empresa atuante nos setores de geotecnologias, ambiental e agropecuário, sediada no município paulista de Botucatu – realizou nos dias 20 e 21 de maio de 2017 um curso inovador, no formato de vivência, sobre plantas espontâneas comestíveis, também conhecidas como plantas alimentícias não convencionais (PANC’s). A vivência foi realizada na sede da empresa, onde os ambientes naturais de campos e florestas nativas da Mata Atlântica no entorno proporcionaram uma rica experiência com as PANC’s, com a bela paisagem da Cuesta Basáltica de Botucatu.
Foto: Bruno Ubiali
Discussão sobre as plantas e a importância das mesmas na Mata Atlântica
O facilitador dessa experiência foi o botânico Jorge Ferreira, filho de agricultores criado na zona rural de Paraty, RJ, onde trabalhou desde pequeno com a terra junto à sua família, priorizando a sustentabilidade e uma relação harmoniosa homem-natureza. Jorge estuda há mais de 15 anos botânica, taxonomia, plantas alimentícias não convencionais com enfoque gastronômico, frutíferas e plantas medicinais nativas da Mata Atlântica.
Foto: Bruno Ubiali
Jorge mostrando o cogumelo comestível Auricularia sp.
Jorge abordou inicialmente aspectos teóricos relacionados a sustentabilidade, manejo de recursos naturais e contato do homem com a natureza. Depois focou no componente prático, que foi o ponto forte do curso, baseado em saídas a campo para identificação e coleta das plantas espontâneas. Também fez parte da discussão aspectos químicos das plantas e discussão e prática de preparo culinário das mesmas, incluindo arranjo e combinação de sabores em receitas adaptadas à estação.
Foto: Helena Forcineti 
Maracujazeiro silvestre (Passiflora sp.)
Foto: Bruno Ubiali
Erva macaé (Leonurus sibiricus)
Contamos com a presença de estudantes de graduação da Faculdade de Ciências Agronômicas e do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu, uma estudante de doutorado da University of Kent, do Reino Unido, e profissionais das áreas de terapias naturais e do ramo gastronômico. A troca de conhecimentos e experiências entre os participantes foi outro ponto forte desses dois dias.
No segundo dia de vivência o tempo chuvoso não atrapalhou a visita a uma área de Cerrado, onde foram apresentadas as diferenças estruturais e ecológicas de diferentes formações vegetais e como elas afetam a disponibilidade e finalidade de uso de plantas alimentícias selvagens. Durante os dois dias os participantes vivenciaram todo o processo de identificação, coleta, preparo e catalogação das plantas alimentícias nativas de Botucatu e puderam saboreá-las em deliciosas receitas inovadoras. Ao final do segundo dia os participantes geraram uma lista com informações botânicas e ecológicas das espécies encontradas.
Foto: Fábio Nossack
Foto: Helena Forcineti
Preparo dos alimentos e almoço com PANC’s
A vivência possibilitou mergulhar nesse universo de plantas já explorado por diversas populações tradicionais e muitos de nossos antepassados mas que, atualmente, é um assunto desconhecido para muitas pessoas. A vivência foi um sucesso e quem participou já demonstrou interesse em uma próxima edição.
Foto: Fábio Nossack
Identificação e discussão sobre as plantas coletadas
Opinião de uma participante:
“Foi uma experiência prazerosa, e mesmo com pouco tempo, o ritmo sempre pareceu sem pressa. A abordagem da taxonomia e a perspectiva botânica me deu mais confiança para continuar o meu próprio estudo das plantas. Os momentos na cozinha foram propícios para cultivar as amizades com as outras pessoas. Saí do evento muito entusiasmada!”
Autor: Bruno Ubiali
Bruno é Engenheiro Florestal, mestre em Conservação e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Kent (Inglaterra) e Diretor da Terra Sapiens Geotecnologias.
Parabéns a toda equipe pelo excelente trabalho. Quero muito conhecer essas novas amigas-plantas!